Gostaria
que vocês refletissem sobre a forma como uma voz interfere num
ambiente. Escolham esse ambiente, por exemplo, esse aguadeiro que postei
aqui. Como vocês cantariam num ambiente assim? O que cantariam?
Estariam vestidos? Nus? Sobre as pedras, ao sol, ou dentro da agua,
mexendo nela? Etc, etc, etc... sua imaginação precisa despertar nesses
exercícios e esse e um critério que não se ensina. Ou a predisposição e
fraca, forte ou mesmo inexistente. A voz se comporta de forma diferente
em diferentes ambientes? Cantando o que? Dizendo o que? Ha uma distancia
entre a forma de cantar e falar?
Gostaria ainda que todos refletissem
sobre essa historia de gostar ou não gostar da própria voz. Sobre
autoamor, portanto. Sobre ser o que se e. Ou o contrario. Agradeçam por
possui-la, a voz, por poder utiliza-la. Assumam de uma vez que lhes foi
facultado usar a voz publicamente, autorizado, eu diria. E vocês a usam
com as ferramentas de que dispõem, sejam elas top line os as mais
simplórias. Criem situações de utilização da própria voz. Treinem no banheiro.
Um discurso, um concerto, frases soltas, ditas e cantadas de formas
distintas. Insisto também para que o repertório cotidiano se expanda e
seja reiteradamente exercitado, quem sabe igualmente no banheiro. Se incomodar o
vizinho, convide-o pra cantar junto e vice-versa. E preciso que esse
exercício solitário de cantar seja repetido muitas vezes. So assim vem
novidades quando reunimos as experiências
individuais e criamos o espectro coletivo. Ainda há muito a ser pensado
neste campo, e um terreno inesgotável de expectativas e investimentos.
algumas sugestões de textos para treinamento, criação livre, colhidos do acervo de roberto reitenbach, facebook:
"Você encontrará à esquerda das moradas do Hades uma fonte, junto a ela está um cipreste branco. Desta fonte não chegue perto. E encontrará outra, do lago da Memória escorrendo água fria, e os guardiões estão à frente dela. Diga: 'sou filho da Terra e do Céu estrelado, mas minha raça é celeste, isso vocês próprios sabem. Estou seco de sede e pereço: então, deem-me rapidamente água fria que escorre do lago da Memória.' Estes lhe darão de beber da fonte divina; deste momento em diante você reinará entre outros heróis". Lâmina de Petélia Havia marinheiros No país de Helena Que morriam ao pôr do sol
E havia Helena que sonhava Fazer um dia tranças às ondas E um berço muito grande para o mar
Daniel Faria Que belo que é não pensar ao ver um raio: “A vida é fugaz”.
Bashô Esvai-se o som na noite; sobe o perfume das flores — um sino tocou.
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