Era de cantar às coletividades
E eu o fiz, como a ostra que trabalha a areia
Era de escutar a permissão das águas
E eu nasci, bebi o sal, cosi a manta
Era de olhar os irmãos da herdade
E eu passei, como aduana que determina
Era de empunhar o cajado e erguer o lume
E eu vim, a ponte, o cais
Sei que é de outras vozes chorar
Sei que é de outras soar nas plataformas
Sou lúcida, observo, cantar é um lugar
Sei que é de outros olhos a Terra
Sei que o coração desejaria as velas e as faluas
Sou servil, sou além, ultramar
inspirado na canção Horizontes, de Teresa Salgueiro