*anonymous art of revolution
Boa noite, como vai?
Somos pretensos cantores, que eventualmente orientam pretensos cantores. Isso não e demérito, e o que e.
E uma ocupação, dentre as varias possíveis, na lida com o tipo de cantor que somos. Nem sei se há mestres cantores atualmente. E isso não somos mesmo, mestres, com direito a discípulos. Se tivéssemos sido orientados no canto operistico, teríamos ao menos nossos materiais (métodos e partituras), com os quais daríamos ordem ao processo, e ainda assim ate o nível que tivéssemos atingido. Não temos outro material que a maneira como cantamos, além de nossa formação ética, nossa estética, e isso, e não adianta chorarmos.
O modelo que oferecemos e no que nos tornamos com a vivencia no canto. Se quisermos passar adiante o que sabemos, e isso o que temos para oferecer. No seu caso, e a grande experiência adquirida junto ao cantor para o qual você trabalha. Questionar isso e como comparar um instrumentador cirúrgico e um cirurgião. O primeiro não pode almejar a lida do segundo sem rigoroso treinamento.
Ainda existem os Cirinos, os "médicos" como o personagem de Inocência, do Visconde de Taunay. Eles tem seus méritos, ajudam muita gente nos confins do Brasil com as "maleitas", as "bichas", as lepras... mas eles só podem fazer o que sua compreensão da medicina permite. Terão que encaminhar seus "doentinhos" ao posto de saúde, ao hospital, caso a caso. E bom que sejam sinceros e puros em seu intimo, sem transformar seus pacientes em cobaias.
Podemos ser criativos, imaginativos nas aulas, mas o trabalho mecânico (a parte fisiológica do canto) precisa ficar clara para quem o pratica. E isso o que precisamos estudar profundamente, e ainda assim nos faltara fundamentação e procedimentos didáticos. Senão qualquer pessoa poderia ensinar a tocar violão, fazer uma incisão no cérebro ou receitar florais ou losna. Viva os feiticeiros.
O que você acha que Jesus ficou fazendo da infância ate os trinta anos, quando começou a ensinar? O mesmo para Socrates, Sidarta Gautama, Ghandi e tantos outros?
Espero que essa pequena carta possa servir como introdução para longas conversas. O essencial esta ai. Quem quiser que conte outra.
Para refletir, recomendo assistir ao filme Adeus minha concubina,
dirigido por Chen Kaige, de 1993.
Forte abraço.
Vamos nos falando.
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