PROJETO MÚSICA DOS POVOS –
Décimo quarto álbum
O Projeto Música dos Povos
– música instrumental e vocal dos cinco continentes tem como característica
fundamental o encontro de gerações.
São vinte e três anos de história, reunindo cerca de cem músicos e cantores paranaenses
e radicados no Paraná para compreender, na prática, o efeito dos cantos e
danças de celebração – dos ritos de passagem, da gratidão ao que a Terra dá
para viver. Eles compartilham experiências e interesses diversos, pesquisam,
desenvolvem técnicas de execução musical, aprimoram a escuta, transcrevem, escrevem
e compõem novos temas, baseados na sonoridade universal. São brasileiros
atentos ao legado ancestral, das dificuldades de aprendizagem partilhadas nas
eras às grandes invenções, do trabalho incessante no entendimento e expressão
do oceano íntimo de cada povo que busca, acima de tudo, a absorção do Amor e da Paz e simboliza tal expressão
na Música.
O projeto deu à luz os grupos Terra Sonora 1994-2016,
Bayaka, 2003-2011 e Omundô,
2007- 2013. Em 2017, o Música dos Povos
se despede de antigos parceiros e reata laços com parceiros antigos – nova constelação do grupo Terra Sonora.
Mais uma fase do trabalho se deslinda, sugerindo novas formações e combinações
sonoras. Com foco na proposta inicial - viajar através da música tradicional
transmitida oralmente por todo o orbe, Plínio Silva convida egressos ao
convívio musical para compor o décimo quarto álbum, oferecendo opções variadas
no campo do nascer, passar, parir, meditar, orar, entrar em transe, dançar,
mover-se no ritmo da Terra, do seu magma à sua atmosfera. Em tempos de
transição planetária, a prática desses temas sugere reavaliação do pensamento
coletivo, para que se acordem as fibras genéticas adormecidas, passem as épocas
de expiações e provas, vibrem exortações e engenhosidades e se chegue, afinal,
ao período de regeneração.
O som pelo som, pela sua força de propagação e perpetuação
(tradição oral) quer celebrar a harmonia entre os entes terrestres; simbolizar
fronteiras abertas, trânsito livre para todos, de qualquer idioma, cultura,
sociedade, crença; acalentar fugitivos, expatriados, não identificados,
diversificados, despidos da matéria, errantes. O repertório escolhido – entre temas
tradicionais e composições dos participantes, quer UMA PAUSA NO CAOS. Através
de uma linguagem tecida no encontro de gerações – professores músicos e alunos
que se tornaram músicos, o Projeto
Música dos Povos abre espaço a novos recursos instrumentais e vocais – sons
da nova constelação.
Liane Guariente, julho de 17.
Um dos motivos desse encontro em campos sutis, Levi e Liane participam do Projeto Música dos Povos, ele como cantor, ela como pesquisadora colaboradora e cantora.
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